Estamos retomando as atividades de mais um ano. Sejam todos bem-vindos. Para recomeçar nossas postagens compartilho com todos vocês um texto muito interessante.
http://revistaescola.abril.com.br/formacao/formacao-continuada/desafio-ler-compreender-todas-disciplinas-525311.shtml?page=1
O desafio de ler e compreender em todas as disciplinas
Levar os alunos a
entender tudo o que lêem exige explorar diferentes gêneros e procedimentos de
estudo. Para ser bem-sucedido na tarefa, é necessário o envolvimento dos
professores de todas as disciplinas
Ensinar estratégias que os leitores experientes usam
Antes de começar, vale a pena refletir um pouco sobre a tarefa à sua
frente. Você já se perguntou o que significa ensinar alguém a ler? Mais que
isso: o que é ler? Um passeio pela origem da palavra ajuda a esclarecer. Do
latim lego, "ler" significa, entre outras coisas, "colher"
e "roubar". O primeiro termo aponta para um tipo de leitura em que o
sentido do texto já está pronto, totalmente determinado. Ao leitor, caberia só
captar - colher - o que o autor quis dizer. A essa concepção, dominante até
pelo menos os anos 1970, contrapõe-se a indicada pelo segundo termo.
"Roubar", no caso, equivale a dizer que o autor deixa de ser dono
absoluto do que escreve: com base no que lê e em seus saberes prévios, o leitor
também constrói sentidos.
Por essa perspectiva, os textos nunca dizem tudo: para se completarem, dependem da interpretação de quem os lê. Essa ideia, presente na maioria dos estudos mais recentes sobre o tema, não significa que o leitor seja livre para atribuir todos os sentidos que quiser. É aqui que entra o ensino: cabe ao professor fornecer indícios para a compreensão - algo essencial, ainda mais considerando que os estudantes são, em sua maioria, leitores em formação. "Progressivamente, cada um estabelece um diálogo próprio com o texto - e a leitura se torna autônoma", afirma Claudio Bazzoni, assessor de Língua Portuguesa da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo e selecionador do Prêmio Victor Civita - Educador Nota 10.
Encaminhar a turma para entender o que lê inclui ensinar uma série de estratégias de que o leitor experiente lança mão inconscientemente quando se depara com um texto. Uma das mais essenciais diz respeito aos objetivos de leitura: por que estou lendo isso? A resposta a essa questão influi muito na maneira como o faz: se é por prazer, pode ler na cama, pular as partes chatas e até desistir. Se a intenção é estudar as ideias do autor, provavelmente terá um lápis à mão e, compenetrado, registrará os conceitos mais importantes. Agora, se quer encontrar, digamos, uma estatística importante, basta passar os olhos, localizar o número, anotá-lo em algum lugar e fechar o livro.
Também é comum explorar o texto antes de ler. No caso de um livro, vale passear pela capa, explorar a biografia do autor na orelha e dar uma olhada no índice. No jornal, títulos, subtítulos e fotos captam a atenção. Ao mesmo tempo, cada um compara o que está escrito com seus conhecimentos (o que sei sobre o conteúdo do texto?) e se indaga: o que espero encontrar aqui?
No momento da leitura, todo leitor confirma ou retifica suas expectativas sobre o que imaginou encontrar. Também se interroga continuamente para saber se entende o que lê (qual a ideia fundamental do texto? Captei os argumentos principais?). Nesse processo, talvez abra o dicionário para procurar o significado de uma palavra desconhecida - ou, se decidir que ela não é central para sua compreensão, simplesmente segue em frente. No fim, dependendo dos objetivos (lembra-se deles?), pode escrever uma síntese do que leu ou incorporar trechos para uma apresentação. Ou, ainda simplesmente acolher outros pontos de vista que também contribuam para a interpretação.
Por essa perspectiva, os textos nunca dizem tudo: para se completarem, dependem da interpretação de quem os lê. Essa ideia, presente na maioria dos estudos mais recentes sobre o tema, não significa que o leitor seja livre para atribuir todos os sentidos que quiser. É aqui que entra o ensino: cabe ao professor fornecer indícios para a compreensão - algo essencial, ainda mais considerando que os estudantes são, em sua maioria, leitores em formação. "Progressivamente, cada um estabelece um diálogo próprio com o texto - e a leitura se torna autônoma", afirma Claudio Bazzoni, assessor de Língua Portuguesa da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo e selecionador do Prêmio Victor Civita - Educador Nota 10.
Encaminhar a turma para entender o que lê inclui ensinar uma série de estratégias de que o leitor experiente lança mão inconscientemente quando se depara com um texto. Uma das mais essenciais diz respeito aos objetivos de leitura: por que estou lendo isso? A resposta a essa questão influi muito na maneira como o faz: se é por prazer, pode ler na cama, pular as partes chatas e até desistir. Se a intenção é estudar as ideias do autor, provavelmente terá um lápis à mão e, compenetrado, registrará os conceitos mais importantes. Agora, se quer encontrar, digamos, uma estatística importante, basta passar os olhos, localizar o número, anotá-lo em algum lugar e fechar o livro.
Também é comum explorar o texto antes de ler. No caso de um livro, vale passear pela capa, explorar a biografia do autor na orelha e dar uma olhada no índice. No jornal, títulos, subtítulos e fotos captam a atenção. Ao mesmo tempo, cada um compara o que está escrito com seus conhecimentos (o que sei sobre o conteúdo do texto?) e se indaga: o que espero encontrar aqui?
No momento da leitura, todo leitor confirma ou retifica suas expectativas sobre o que imaginou encontrar. Também se interroga continuamente para saber se entende o que lê (qual a ideia fundamental do texto? Captei os argumentos principais?). Nesse processo, talvez abra o dicionário para procurar o significado de uma palavra desconhecida - ou, se decidir que ela não é central para sua compreensão, simplesmente segue em frente. No fim, dependendo dos objetivos (lembra-se deles?), pode escrever uma síntese do que leu ou incorporar trechos para uma apresentação. Ou, ainda simplesmente acolher outros pontos de vista que também contribuam para a interpretação.
Estes servem para todos
Dois procedimentos de estudo ajudam a leitura em todas as áreas e devem
ser ensinados por todo o corpo docente
Anotação e sublinhado Antes de sair
grifando ou anotando, cada aluno deve ter claro o motivo da tarefa. Se a opção
é destacar apenas as palavras-chave, anotações à margem podem comentar o que o
termo escolhido expressa. Já se a intenção é revelar argumentos, por exemplo,
os grifos devem destacar ideias completas. É essencial, ainda, que você oriente
a turma a ler o texto todo antes de anotar (fica mais fácil perceber o que é
relevante) e não grifar trechos enormes (com tudo destacado, o destaque perde a
função). Além disso, nem todos os parágrafos têm passagens importantes.
Resumo Ao produzir textos que sintetizem os originais, uma alternativa é
dividir o escrito nos blocos em que ele se estrutura (num texto opinativo, uma
classificação possível é apresentação do tema, argumentação, conclusão e
possíveis sugestões de solução). Considerar esses blocos ajuda a evitar o
problema das cópias desenfreadas: você pode propor uma estrutura de resumo com
algumas frases que os conectem (veja na foto). Conforme a turma avança, você
pode ir suprimindo essas passagens até que a escrita seja, de fato, autônoma.
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