sexta-feira, 24 de outubro de 2014

A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo está promovendo um concurso: um rap do Saresp .


Ouça o rap “Alternativa certa”, do rapper Rashid, acerca do Saresp.
Analisar a letra
Observar as características do rap
Peça ao aluno que produza também um rap com o tema e as palavras chave propostos.
O aluno deve se aproveitar do ritmo da música de Rashid e criar sua própria letra.
ALTERNATIVA CERTA          Rashid
Aí, na vida a gente tem várias opções, vários caminhos, certo?
E cabe a você, só você, escolher qual é a alternativa certa, mano
Quantas vez parou no meio do caminho e olhou pros dois lados
Sem saber qual direção seguir
Quantas vez sentia receio sozinho e uma voz falando que não vai conseguir
É praxe, não acha, a vida é múltipla escolha
Só que nenhum de nóis tem direito a borracha, se vacilar é caxa
Após segunda fita pra tentar é só no Mario Bros
Aí, o futuro é incerto mas quando o presente é cheio de dúvida
O futuro é deserto, chapa, a escolha errada e boom!
Quem procura só atalho às vez num chega em lugar nenhum
Nossa luz é mais que led, não se mede
Num panguá igual zumbi do Walking Dead
Que o resultado é bad, eu sei
Escolha é sua, trilha porque num tem volta depois que Deus aperta o play

(Refrão – 2 vezes)
Um, dois, um, dois, por nós, solta a voz, chegou a nossa hora
Tudo é uma questão de alternativa
O amanhã que você colhe vem do que plantar agora
Inspira, expira e aposta
Cada acerto é como tirar uma bigorna das nossas costa
A responsa é mil volts
Pra correr atrás do sonho tem que ter o gás de um Usain Bolt
Ow! Nenhum de nós tá a passeio, não
Foi difícil chegar, então mostra pro que veio
Meu único superpoder é o da decisão
Escolhi ser herói ao invés de vilão
Tipo Messi, quando escolheu ser jogador
A coragem pra decidir já te faz merecedor
Guerrêro num se entrega de bandeja
Então vai e faz seu melhor onde quer que esteja
Sagaz, veloz, na paz, sem nós, rapaz, quem teve menos hoje quer ter mais
Ficar calado ou ter voz ativa? Qual, você prefere, assinale a alternativa

(Refrão – 2 vezes)

(Falando)
Aí, família, se liga no papo reto que eu vou mandar, certo? Alternativa certa no SARESP é fazer a prova sério! Então, dia 11 e 12 vai lá e representa, certo? Porque o amanhã é nosso, aliás, o amanhã é nóis, o amanhã é nóis, falô?


Mediação e Linguagem “I Mostra virtual de vídeos: Linguagem e Animação”


Data: 29 de outubro de 2014
Horário: das 8h30 às 14h30
Local: Rede do Saber – Av. Gov. Adhemar de Barros, s/n
Objetivo: Socializar os trabalhos realizados  por alunos e professores a partir das orientações  sobre a transposição da linguagem literária para a linguagem da animação ou do cinema.
Público alvo: professores responsáveis pela Sala de Leitura das escolas- EE Adhemar Bolina,EE Aprígio de Oliveira,EE Arlindo Aquino de Oliveira,EE Camilo Faustino de Mello,EE Dr. Deodato Wertheimer, EE Firmino Ladeira,EE Heráclides B. de Camargo,EE Irene Caporalli,EE José Ribeiro Guimarães,EE Narciso Yague Guimarães,EE Alcides Celestino Filho.
Obs. Os professores de Língua Portuguesa poderão assistir a VC por streaming:

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Só conhecimento teórico não forma bom professor

Só conhecimento teórico não forma bom professor
Data: 16/08/2010
Matéria: Folha de São Paulo

ANTÔNIO GOIS
DO RIO
Quando, aos 21 anos, começou a dar aulas, Doug Lemov, 42, conta que ouviu conselhos como “espere o máximo dos seus alunos todo dia” ou “tenha altas expectativas sobre seu desempenho”. No momento em que ficava em frente aos estudantes em sala de aula, porém, isso lhe parecia pouco útil.
No meio de tantas frases de efeito, um professor mais experiente lhe falou algo bastante concreto: “Quando precisar dar instruções aos alunos, não faça isso caminhando pela sala enquanto distribui papéis. Eles precisam entender que o que você fala é mais importante do que qualquer outra tarefa”.
Foi a partir de dicas práticas como essa que Lemov, hoje diretor de uma rede de escolas nos EUA, passou a prestar atenção nas técnicas dos melhores professores.
Sua obsessão em descobrir o que faz o docente top quando fecha a porta de sua classe o levou a filmar por seis anos aulas de profissionais que conseguiam, mesmo em situações adversas, que seus alunos aprendessem.
Este trabalho virou livro de repercussão nos EUA, com 150 mil cópias vendidas, e que será lançado em outubro no Brasil, com o nome “Aula Nota 10″ (Fundação Lemann e editora Da Boa Prosa).
Nele, Lemov descreve em termos bem práticos 49 técnicas de bons professores. Podem não ser frases glamourosas, mas funcionam. Em entrevista à Folha, o autor diz que seu livro não menospreza o conhecimento teórico. Apenas argumenta que, em vez de aprender apenas a partir de teorias, professores precisam olhar para o que fazem seus colegas com melhor desempenho.
Folha – Seu livro pode ser entendido também como crítica ao modo como se formam professores hoje nos EUA, com currículos que enfatizam demasiadamente teorias pedagógicas e deixam pouco espaço para o ensino de questões práticas de sala de aula. Como foi a repercussão?
Doug Lemov – Pela resposta que tive, percebi que o problema na formação de professores nos EUA é mais profundo do que imaginava.
Alguns me disseram que as ideias do livro eram muito intuitivas. Outros, que não havia nenhuma grande revelação e que o livro era até óbvio. Sinceramente, considerei elogio, pois isso revela que há mais pessoas que pensam da mesma maneira.
Eu tinha também algum receio de o livro não ser bem recebido por professores de escolas públicas, já que trabalho numa organização que mantém escolas “charters” [geridas pela iniciativa privada, mas financiadas pelo poder público para atender gratuitamente alunos pobres] e, nos EUA, tem havido muita disputa em torno deste tema.
Mas acho que os professores entenderam que o livro pode ser útil para seu trabalho, não importa em que tipo de escola eles ensinam.
Só não tive resposta nenhuma das autoridades educacionais, responsáveis pela política de formação de professores. Deles, percebi um silêncio retumbante.
O que explicaria isso?
Talvez achem que eles estejam certos e eu, equivocado. Talvez porque estejam numa postura defensiva, se sentindo ameaçados com os que criticam a política atual de formação. Não estou certo de que as pessoas responsáveis pela formação de professores tenham em mente que o aprendizado das crianças tem que ser a prioridade.
Ao enfatizar a importância de aprender técnicas de manejo de turma em sala de aula, você não estaria menosprezando a formação teórica?
Em nenhum momento digo que o conhecimento teórico não é importante. Pelo contrário, é dramaticamente importante. Se você vai ensinar matemática, você tem que ter uma boa formação em matemática. Mas meu ponto é que só isso não faz de alguém um bom professor.
Acho que as técnicas que descrevo são úteis inclusive para docentes que têm amplo conhecimento da disciplina que lecionam.
Imagine uma escola pública em área pobre que esteja precisando de um professor de física. Hoje em dia, já é difícil achar alguém que conheça bem a disciplina e esteja disposto a dar aulas.
Mas, se as pessoas com boa formação em física souberem também técnicas para fazer boas perguntas, inspirar crianças e manejar uma sala de aula, triplicaríamos o número de pessoas capazes de dar boas aulas.
Meu livro trata muito mais de como transmitir o conhecimento para os alunos. Quando você é especialista em algo, seu conhecimento sobre o tema é quase intuitivo. Isso pode significar que não seja natural para você pensar em formas de transmitir isso para estudantes.
No Brasil, há muitas críticas aos formatos tradicionais da sala de aula, pouco atrativos para jovens do século 21. No entanto, muitos professores reagem argumentando que a sala de aula não é um circo, e que aprender nem sempre é divertido. Qual sua opinião?
Não acho que tenha que se escolher entre um modelo ou outro. É certo que você deve inspirar os alunos e atrair sua atenção, mas é preciso também fazê-los trabalhar duro.
Só não entendo como algumas pessoas resistem tanto em melhorar. Se você me disser que há coisas que possa fazer para ser um pai melhor, eu vou querer aprender, mesmo que eu já me considere o melhor pai do mundo.
Se em sua escola há uma maioria de professores desmotivados ou desinteressados em melhorar, é difícil ser o que dará o primeiro passo. Mas, se você dá esse passo, outros o seguirão, e isso se tornará uma bola de neve.
Mas, no Brasil, professores muitas vezes dão aulas em situações precárias. Como cobrar entusiasmo de um profissional nessa situação?
É certamente mais fácil ser um ótimo professor numa escola maravilhosa. Mas, mesmo nas piores escolas dos Estados Unidos, há sempre um, dois ou três que se destacam, e, no meu livro, eu destaco principalmente o trabalho de professores que dão aulas para alunos mais pobres.
Mesmo não conhecendo bem o Brasil, tenho certeza de que há bons profissionais mesmo em escolas de pior desempenho. Meu ponto é que, em vez de aprender só com teorias, também deveríamos aprender com exemplo dos ótimos professores.
Há, porém, escolas que facilitam o trabalho desses bons professores e outras que dificultam. Quais características você identifica nas que apresentem bons resultados?
Em primeiro lugar, são escolas preocupadas, acima de tudo, no aprendizado do aluno. Parece bobo dizer isso, mas, na prática, nem sempre é o que acontece. Em segundo, há também uma constante análise de resultados, para identificar os pontos fracos e corrigi-los. Por último, são locais onde o professor se sente valorizado e respeitado.
E o que um diretor precisa fazer para motivar a equipe?
Sei que é comum o ceticismo de professores em relação a aperfeiçoamento. Em parte, eles têm razão, pois muitos conselhos ou treinamentos dão em nada. Mas fazer os professores confiarem no seu trabalho é um resultado, e não uma pré-condição. É preciso mostrar que você é capaz de ajudá-los a serem melhores. Se você consegue fazer isso ao menos com uma minoria, é natural que outros vejam o resultado e passem a acreditar em você.
Doug Lemov: “A teoria é bem mais fácil”
Data: 23/04/2010
Matéria: Revista Época


Ao dar esta entrevista a ÉPOCA, o educador Doug Lemov dirigia seu carro às 5 e meia da manhã (horário de Nova York), em uma viagem que duraria mais  três horas – o tempo entre sua casa e a escola onde passaria o dia treinando professores. Lemov não usa livros nem segue teorias pedagógicas nos treinamentos que dá em todo o país. Seu material são técnicas de como ensinar, criadas pelos melhores professores dos Estados Unidos, que ele estudou e gravou em vídeos. “Toda vez que passo o primeiro vídeo eles se transformam em canibais, sedentos por mais e mais”, diz. A seguir, ele conta por que é tão difícil ensinar a ensinar.
 ÉPOCA – O professor aprende a ser bom na faculdade?
Doug Lemov – Não. Está claro que as escolas de educação se preocupam em ensinar teorias da educação e dão pouca atenção para os estudos sobre aprendizado. Uma razão é que nos Estados Unidos o trabalho de professor não é bem remunerado e a carreira não tem prestígio. Acho que os acadêmicos tentam melhorar isso agregando alto capital cultural, criando ricas e fascinantes discussões intelectuais sobre teorias, filosofia, sociologia. Isso tem mais prestígio do que se debruçar em ações do dia a dia da sala de aula, que, no fim, é o que determina o sucesso do professor.

ÉPOCA – Por que é tão difícil ensinar a ensinar?
Lemov – Porque é assustador. Eu sei disso porque dou treinamento para professores. Não sou um excelente professor. Sou apenas o.k., não excelente. E de repente tenho de ficar em pé diante de uma sala cheia de bons professores e falar sobre o que é ensinar durante um dia inteiro. Seria muito mais fácil falar sobre as grandes teorias da educação, pois as pessoas me escutariam e achariam que eu seria capaz de fazer o que estou ensinando. A maior parte dos professores das faculdades não tem experiência de sala de aula.
 ÉPOCA – Seus alunos são professores iniciantes?
Lemov – Todo professor precisa de treinamento, não só os iniciantes ou os de pior desempenho. Na verdade, sob a perspectiva da escola, o que mais deve receber investimento é o melhor professor. Muitos dos bons professores desistem da carreira, e um dos motivos é que, quando você é bom, é abandonado, deixado para caminhar com as próprias pernas. E os melhores são os que mais querem melhorar e ter o melhor desempenho o tempo todo.
 ÉPOCA – Se a faculdade não prepara bons professores, a carreira é pouco atrativa, e para mudar isso demora, como formar bons professores já?
Lemov – Os programas de treinamento de professores que já estão dando aula são mais importantes que os cursos de pedagogia. Porque o ensinamento é replicado para todos. Os melhores programas de treinamento acontecem dentro das escolas. Elas sabem que não há tempo para esperar reformas educacionais. Dar a oportunidade para professores ensinarem outros professores a ensinar pode ser o início da mudança.
 ÉPOCA – Os melhores nascem assim?
Lemov – Não acredito nisso. Pense nos jogadores de futebol brasileiros, tão talentosos. É claro que não existe uma mágica biológica que os faça nascer todos nesse país. O treinamento de jogadores feito aí é diferente do resto do mundo. Se estudarmos esses talentos, se treinarmos forte – e o treinamento dos brasileiros é bastante duro –, é possível se tornar um. Bem, talvez não um Pelé, mas um jogador excelente, com certeza.
Ao dar esta entrevista a ÉPOCA, o educador Doug Lemov dirigia seu carro às 5 e meia da manhã (horário de Nova York), em uma viagem que duraria mais três horas – o tempo entre sua casa e a escola onde passaria o dia treinando professores. Lemov não usa livros nem segue teorias pedagógicas nos treinamentos que dá em todo o país. Seu material são técnicas de como ensinar, criadas pelos melhores professores dos Estados Unidos, que ele estudou e gravou em vídeos. “Toda vez que passo o primeiro vídeo eles se transformam em canibais, sedentos por mais e mais”, diz. A seguir, ele conta por que é tão difícil ensinar a ensinar.
 ÉPOCA – O professor aprende a ser bom na faculdade?
Doug Lemov – Não. Está claro que as escolas de educação se preocupam em ensinar teorias da educação e dão pouca atenção para os estudos sobre aprendizado. Uma razão é que nos Estados Unidos o trabalho de professor não é bem remunerado e a carreira não tem prestígio. Acho que os acadêmicos tentam melhorar isso agregando alto capital cultural, criando ricas e fascinantes discussões intelectuais sobre teorias, filosofia, sociologia. Isso tem mais prestígio do que se debruçar em ações do dia a dia da sala de aula, que, no fim, é o que determina o sucesso do professor.
 ÉPOCA – Por que é tão difícil ensinar a ensinar?
Lemov – Porque é assustador. Eu sei disso porque dou treinamento para professores. Não sou um excelente professor. Sou apenas o.k., não excelente. E de repente tenho de ficar em pé diante de uma sala cheia de bons professores e falar sobre o que é ensinar durante um dia inteiro. Seria muito mais fácil falar sobre as grandes teorias da educação, pois as pessoas me escutariam e achariam que eu seria capaz de fazer o que estou ensinando. A maior parte dos professores das faculdades não tem experiência de sala de aula.
 ÉPOCA – Seus alunos são professores iniciantes?
Lemov – Todo professor precisa de treinamento, não só os iniciantes ou os de pior desempenho. Na verdade, sob a perspectiva da escola, o que mais deve receber investimento é o melhor professor. Muitos dos bons professores desistem da carreira, e um dos motivos é que, quando você é bom, é abandonado, deixado para caminhar com as próprias pernas. E os melhores são os que mais querem melhorar e ter o melhor desempenho o tempo todo.
 ÉPOCA – Se a faculdade não prepara bons professores, a carreira é pouco atrativa, e para mudar isso demora, como formar bons professores já?
Lemov – Os programas de treinamento de professores que já estão dando aula são mais importantes que os cursos de pedagogia. Porque o ensinamento é replicado para todos. Os melhores programas de treinamento acontecem dentro das escolas. Elas sabem que não há tempo para esperar reformas educacionais. Dar a oportunidade para professores ensinarem outros professores a ensinar pode ser o início da mudança.
 ÉPOCA – Os melhores nascem assim?
Lemov – Não acredito nisso. Pense nos jogadores de futebol brasileiros, tão talentosos. É claro que não existe uma mágica biológica que os faça nascer todos nesse país. O treinamento de jogadores feito aí é diferente do resto do mundo. Se estudarmos esses talentos, se treinarmos forte – e o treinamento dos brasileiros é bastante duro –, é possível se tornar um. Bem, talvez não um Pelé, mas um jogador excelente, com certeza.

http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/1,,EMI135459-15228,00.html